domingo, 7 de abril de 2013

E depois?

(...)
Você pode ir embora ou ficar, e isso terá acontecido. De modo que eu tenho tentado pensar em você como uma metáfora ou algo assim, mas a coisa não funciona. O fato terrivelmente inconveniente é que, sem você junto a mim, tudo volta ao estado que era antes. Não pode ser de outra forma. E, preciso dizer, os livros não têm ajudado em nada a esse respeito. Porque, sempre que lemos alguma coisa sobre o amor, sempre que alguém tenta defini-lo, há sempre um estado ou um substantivo abstrato, e eu tenho que pensar nele dessa maneira. Mas, na realidade, o amor é... Bem, é simplesmente você. E quando você vai, o amor se acaba. Não há nada abstrato a respeito dele.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sem mais para o momento

O que a gente espera da vida? Um emprego em que o salário dê para comprar cervejas e cigarros nos finais de semana. E talvez cds e livros (quando/se sobrar).

terça-feira, 26 de março de 2013

Incertezas

"Onde eu me vejo em dez anos? Essa é uma boa pergunta. Certo. Sabe o que eu gostaria realmente? Gostaria de ser tão feliz quanto sou agora. Mas sei que não há muita chance disso acontecer. No fim da vida quando olhamos para trás, só há duas ou três épocas em que fomos realmente felizes e nem mesmo percebemos. Ninguém percebe, não é mesmo? Então onde eu me vejo em dez anos? Acho que gostaria...Gostaria de estar aqui. Aqui mesmo. Neste momento. Não é que eu tenha medo de incertezas, não é isso. Mas é que aprendi que quando temos algo bom, devemos tentar segurar esse momento. Segurar bem firme e se alguém tenta tirar isso de você, o que você deve fazer é mostrar que vão precisar arrancar isso dos seus dedos frios e mortos."

Seth Cohen- The O.C., terceira temporada, episódio treze.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Desperdício

Eu parei de digitar. Se estivesse usando caneta e papel, teria amassado a folha com desagrado, mas com e-mails não existia um gesto equivalente, já que tudo havia sido projetado para impedir que você cometesse erros. Eu precisava de uma tecla de "foda-se", algo que produzisse um trovão satisfatório ao ser acionado. O que eu estava fazendo?

Adaptei fragmentos do livro Juliet, nua e crua do Nick Hornby.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Fim de tarde

[16:44] Abri os olhos e vi que meu travesseiro estava todo babado, meu braço esquerdo dormente e cheio de marcas do lençol. Minhas pernas estavam bambas e pisquei os olhos várias vezes para me situar. Ao meu redor, um pratinho com duas fatias mordidas de pão integral, meus fones de ouvido embolados, a tela do meu computador que já ficara escura e sem imagem, Passion Pit tocando baixo, um livro e vários papeis espalhados. A janela estava aberta, o vento e o cheiro agradável que entravam por ela me mostravam que havia chovido mais cedo, o céu estava parcialmente sem nuvens e eu acabei me afundando um pouco mais em meio a travesseiros e papéis que me rodeavam. Por alguns minutos fiquei olhando para o teto, semi-acordada e mexendo na minha franja bastante desestruturada. Aumentei um pouco o volume da música na esperança de me animar um pouco e conseguir me levantar. Me remexi e virei pois estava deitada totalmente atravessada e meu notebook corria um sério risco de receber um chute involuntário. Ouvi meu celular vibrar em algum lugar distante, apalpei o colchão nas proximidades até onde minhas mãos alcançavam, mas não tive sucesso na minha pseudoprocura e meu corpo estava preguiçoso demais para levantar e procurar em outro lugar. Na realidade pouco me interessava saber quem estava ligando. Ajeitei minha coluna e continuei um tempo nessa posição, dobrei uma perna nua sobre a outra, aumentei o volume da música uns decibéis a mais ao começar Swimming in the Flood e decidi que era assim que eu queria ficar por hoje. Deitada. Pensando aleatoriamente. Olhando para a janela e assistindo o céu mudar de cor até anoitecer. Ouvindo melodias doces. Cochilando hora ou outra. Me arrastando tediosamente para os cantos da cama. Era assim que eu iria ficar, por tempo indetermidado, até germinar uma vontade de fazer qualquer outra coisa.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Hoje.

Acreditem, eu sou mulher. Subo no salto 15, me maquio bastante e vou ser mulher pela rua afora. E sabe, eu gosto de ser mulher, poder ser camaleoa e ser uma mulher diferente a cada dia. Eu costumo ser forte, me mascarar e sair por aí distribuindo felicidade , que mulher não faz isso? Mas a verdade é que debaixo desse salto e por trás dessa maquiagem toda, existem mulheres frágeis, neuróticas, inseguras. Sim, falo por mim. A gente é guerreira porra, faz dieta, academia, se mata na depilação para tentar ficar com uma melhor aparência física. Mas lá no fundo o que manda é o que nós, mulheres, pensamos e fazemos. São nossas atitudes que nos tornam diferentes dos demais. É saber sacrificar-se na hora que precisa, segurar a barra, ter aquele joguinho de cintura em momentos complicados e delicados e que só a gente sabe como ter. Hoje é um dia que nos foi dedicado, porque nós merecemos, com certeza, nós merecemos.
Eu, Dayane, sou uma mulher, altamente neurótica, com doses extras de paranóia, tenho muita celulite, se eu não me cuidar minhas pernas ficarão muito peludas, eu bebo mais-que-socialmente, fumo esporadicamente, encolho a barriga, uso sutiã de enchimento. Sou bastante insegura, penso mais do que faço. Mas no fim das contas eu não me importo de ter peito pequeno e estrias, nem aquelas gordurinhas pulando do jeans. Porque eu sou mulher, e sou mais eu. Um corpo não define a classe feminina, o que define é sua capacidade de saber ser uma pessoa de caráter e integridade.
Antes de ser tão feminista, seja mais feminina. E feliz dia 8 de março.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O futuro

"Viver cada dia como se fosse o último - esse era o conselho convencional, mas na verdade quem tinha energia para isso? E se chovesse ou você estivesse de mau humor? Simplesmente não era prático. Era bem melhor tentar ser boa, corajosa, audaciosa e se esforçar para fazer a diferença. Não exatamente mudar o mundo, mas um pouquinho ao redor. Seguir em frente, com paixão e uma máquina de escrever elétrica e trabalhar duro em... alguma coisa. Mudar a vida das pessoas através da arte, talvez. Alegrar os amigos, permanecer fiel aos próprios princípios, viver com paixão, bem e plenamente. Experimentar coisas novas. Amar e ser amada, se assim houver oportunidade."
David Nicholls em Um Dia.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tudo o que precisamos são vinte segundos de coragem insana

Se me dissessem que só é possível dar um conselho, seria este: seja corajoso.
Sim, tenha coragem. Cada vez mais tenho percebido quão covarde as pessoas são, ninguém faz o que realmente quer, ninguém é totalmente de verdade, as pessoas arquivam suas vontades. A sociedade e as redes sociais tem nos moldado de tal forma que viramos marionetes e quanto mais tempo eu passo conectada mais eu vejo como somos estúpidos. Vocês só copiam porque na verdade não têm coragem de criar. De fazer o inesperado. Vocês têm medo da reação das pessoas, vocês estão totalmente AÍ para o que os outros pensam. Isso é ridículo mano. Vejo pessoas fazendo aquilo que acham bonito os outros fazerem mas que na realidade é porcaria. Galera, acorda. Vai viver a vida do seu jeito. Seja mais transparente, não tenha medo de mostrar ao mundo quem você é. Se desapegue do comum. Pare de se espelhar nos outros ou pelo menos se espelhe em gente menos fútil. Nade pelado, dance em cima do balcão do bar. Roube o microfone, etc. Seja mais franco. Use pelo menos uma porcentagem da sua inteligência. Pare de tirar foto ridícula na frente do espelho fazendo biquinho porra. Saia do clichê. Vocês estão muito preocupados em fazer coisas que são comuns à todos, e posso apostar que estão esquecendo e deixando de lado suas vontades mais profundas e neuróticas. 
Cara escuta aqui, sinta-se confortável. Seja original. Seja único. Seja você, de verdade.
Depois não diga que não avisei.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Antônimos

“É fácil amar o outro na mesa do bar, quando o papo é leve, o riso é farto e o chopp gelado. É fácil amar o outro nas férias, no churrasco, nas festas ou quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais nada e entende tudo errado. Quando paralisa, perde o charme, o prazo, a identidade e a coerência. Nessas horas que se vê o verdadeiro amor, aquele que quer o bem acima de tudo. É esse o amor que dura para sempre, na verdade, esse é o único tipo que pode ser chamado de amor.”

Por Pedro Bial. Via Palavras Confusas.
Sim, eu também me pergunto por quê ele apresenta um programa tão idiota.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Boa noite pra você também

Hoje a noite está tão linda. Há muito tempo não observava uma noite assim. O chão molhado e os carros estacionados cheios das gotinhas de chuva fraca. As luzes amarelas dos postes totalmente embaçadas pela neblina e um céu coberto de laranja avermelhado. Adoro noites assim. Feita por barulho de chuviscos e mais nada. Uma ótima noite para terminar o mês. Um mês ocioso, improdutivo, calórico. Mas sabe de uma coisa? Eu não tenho pressa. Vou ler meus livros. Vou escutar minhas músicas, vou dormir. Meu desejo é somente sua barba passeando pelas minhas costas nuas fazendo minha nuca arrepiar numa noite como essa. Aquele filme online passando e a gente nem ligando. Restos de vinho já quente nas taças deixadas na cozinha. Sem auto cobranças. Sem rapidez. Que eu seja como essa chuvinha que cai nessa noite atraente, lerda, lenta, arrastando, mas que passe por lugares improváveis deixando uma marca, mesmo que temporariamente.