quinta-feira, 14 de março de 2013

Fim de tarde

[16:44] Abri os olhos e vi que meu travesseiro estava todo babado, meu braço esquerdo dormente e cheio de marcas do lençol. Minhas pernas estavam bambas e pisquei os olhos várias vezes para me situar. Ao meu redor, um pratinho com duas fatias mordidas de pão integral, meus fones de ouvido embolados, a tela do meu computador que já ficara escura e sem imagem, Passion Pit tocando baixo, um livro e vários papeis espalhados. A janela estava aberta, o vento e o cheiro agradável que entravam por ela me mostravam que havia chovido mais cedo, o céu estava parcialmente sem nuvens e eu acabei me afundando um pouco mais em meio a travesseiros e papéis que me rodeavam. Por alguns minutos fiquei olhando para o teto, semi-acordada e mexendo na minha franja bastante desestruturada. Aumentei um pouco o volume da música na esperança de me animar um pouco e conseguir me levantar. Me remexi e virei pois estava deitada totalmente atravessada e meu notebook corria um sério risco de receber um chute involuntário. Ouvi meu celular vibrar em algum lugar distante, apalpei o colchão nas proximidades até onde minhas mãos alcançavam, mas não tive sucesso na minha pseudoprocura e meu corpo estava preguiçoso demais para levantar e procurar em outro lugar. Na realidade pouco me interessava saber quem estava ligando. Ajeitei minha coluna e continuei um tempo nessa posição, dobrei uma perna nua sobre a outra, aumentei o volume da música uns decibéis a mais ao começar Swimming in the Flood e decidi que era assim que eu queria ficar por hoje. Deitada. Pensando aleatoriamente. Olhando para a janela e assistindo o céu mudar de cor até anoitecer. Ouvindo melodias doces. Cochilando hora ou outra. Me arrastando tediosamente para os cantos da cama. Era assim que eu iria ficar, por tempo indetermidado, até germinar uma vontade de fazer qualquer outra coisa.

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